Cosems/MA participa da 1ª Conferência Livre de Comunicação em Saúde

O Cosems/MA participou da 1ª Conferência Livre de Comunicação em Saúde, que aconteceu em Brasília, no período de 18 a 20 de abril de 2017, no Centro Internacional de Convenções do Brasil. Com a temática “Direito à informação, garantia de direito à saúde, a conferencia destacou três grandes desafios para a comunicação: O primeiro deles é que se a comunicação não avançar no processo democrático, o SUS não vai funcionar em sua plenitude. O segundo desafio consiste em que não existe SUS sem construção de legitimidade social. E por último, a informação para interlocução.

Organizada pelo Conselho Nacional de Saúde, o principal objetivo é fazer com que a sociedade conheça, de forma mais consciente, o Sistema Único de Saúde (SUS), reconhecido como uma das principais políticas públicas do mundo. Participam da conferência cerca de 450 pessoas de todo o Brasil,  conselheiros, assessores de comunicação de órgãos públicos como as secretarias de saúde estaduais e municipais, jornalistas, comunicadores e a imprensa

Ainda de acordo com a resolução aprovada pelo CNS, os principais objetivos da 1ª Conferência Nacional Livre de Comunicação em Saúde são: subsidiar as ações do controle social em comunicação em Saúde; unificar o conceito de acesso à informação ao direito de acesso à saúde; estabelecer parâmetros de comunicação para comunicadores e militantes em Saúde, nas diversas plataformas de produção, edição e disseminação de informações.

A abertura do evento contou com a presença de Ronald Santos, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria José Braga, Presidente da FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas, Nísia trindade Lima, Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Joaquim Molina, Presidente da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), João Gabardo dos Reis, Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Mauro Junqueira, Presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e do Ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Nas mesas temáticas, estiveram presentes representantes de vários segmentos, autoridades e assessores de comunicação e militantes da saúde de todo o país. Uma das ênfases dos temas das mesas foi o Canal Saúde, como a comunicação poderia difundir o canal, lembrando que a informação tem que ser lavada a todos àqueles que não tem acesso à internet, para que possa debater o que não está funcionando no SUS e levar aos usuários os problemas não apenas com negativismo que a mídia explora, mas programas como o Mais Médicos, para que os usuários possam se apropriar do sistema para ter um elo de ligação com a matéria.

Os palestrantes alertaram os jornalistas a debaterem o tema sem contribuir para desmontar ainda mais o SUS, aprofundar a conversa, colocar a população como dona do sistema e com isso, reverter. Cabendo aos assessores de imprensa dos conselhos da área de saúde, desmistificar esse lado negativo, de que já foi massificado na mídia de que o SUS não funciona, que o SUS é um castigo, quando na verdade, o SUS é para todos.

Foi alertado ainda, para que os comunicadores conheçam o decreto de TV digital, que é um canal para a saúde que deve ser acessado por todos. Se a comunicação não avançar no processo democrático, o SUS não vai funcionar em sua plenitude. De nada adiantará as mídias falarem bem do SUS, se essa informação via internet não chegar à população brasileira. E ainda discutiu-se que os jornalistas de saúde gastam energia nessa disputa com as grandes mídias e deixam de pensar na comunicação interna, usuários, o público que realmente interessa.

O ex – ministro Alexandre Padilha, um dos palestrantes do dia, disse que antes do SUS, os bancos de sangue eram privados, vendiam-se sangue no mercado privado, que difundiram a AIDS, DST’s e Hemofilia. A saúde não podia ser mercadoria, tinha que ter o processo público de redirecionamento, o principal ganho do SUS em 29 anos foi ter erradicado doenças. “Se a comunicação não avançar, o SUS não atingirá seus objetivos e nem vai se fortalecer”, disse Padilha.

No segundo dia da conferência, a temática de saúde como direito focou muito na questão do orçamento. Os palestrantes fizeram um alerta aos jornalistas que multipliquem reflexões sobre as escolhas orçamentárias que impactam no orçamento final da saúde do país, e que o nível de gastos com política cambial monetária e creditícia que custou 600 milhões de reais ao ano; que os órgão de controle têm que ter o compromisso com a Constituição federal. Não adianta congelar despesas primárias. O governo precisa tratar de forma séria o seu dever constitucional com a saúde.

A representante do Ministério Público de São Paulo (MP/SP), Élida Graziane, falou que os jornalistas precisam visitar com ênfase o decreto da programação financeira. Élida reconheceu que na área da saúde não há segurança jurídica no que se refere a financiamento. Que a imprensa deve exigir dos órgão de controle do seu Estado o cumprimento da Lei no tocante à quantia que cabe ao financiamento à saúde. E que o governo precisa cumprir o que é pactuado na CIR.

Élida destacou ainda que é preciso garantir a Liberdade de Expressão na esfera pública, o uso de conhecimento de domínio público e acesso aberto, o exercício das liberdades na sociedade de informação e acesso equitativo às tecnologias.

No último momento da Conferência, a atriz e produtora Ana Petta, protagonista da série médica Unidade Básica, do universal Channel, falou sobre a experiência do trabalho com o Sistema Único de Saúde. “Essa conferência é um grande movimento para que o público da comunicação social em saúde possa mostrar que o SUS é o maior e melhor sistema público de saúde do planeta”, disse a atriz.

A 1ª Conferência Livre de Comunicação em Saúde  também vai servir para lançar as bases de um sistema comum de comunicação em rede, por todo o país, para compartilhamento de informações e experiências em saúde pública; e consolidar uma narrativa em defesa do SUS, a partir de estratégias de disseminação de conteúdo via redes próprias, em contraposição ao discurso negativo da mídia hegemônica.

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